

[caption id="attachment_3859" align="aligncenter" width="529" caption="Vestido da coleção outono/inverno 2012"]

Hoje, mais de dez anos após seu início, fazendo camisetas para a Doc Dog, Samuel já é reconhecido e conhecedor do mercado. E trabalha por amor: “Se não amasse o que faço, estaria plantando batata”, diz o estilista – ops, desculpe, costureiro – que, caso não tivesse essa profissão, seria engenheiro agrônomo. Acredite, para ele, tem tudo a ver com moda.
Samuel é mesmo essa pessoa um tanto confusa. Mas seu caos é completamente organizado, ele garante. Apesar de fazer vestidos caríssimos, cujos preços concorrem até mesmo com carros, a consciência do costureiro é invejável: “Eu vivo no luxo e faço luxo, não significa que eu não olhe para os lados e veja o que tem de ruim no mundo”. Junto à mente de extrema criatividade – é capaz de criar uma coleção inteira em 20 minutos –, há uma visão política definidíssima e uma oratória que deixaria deputados de queixo caído. “A moda é o desejo mais superficial de uma pessoa, só anda quando todo o resto está legal, quando a pessoa já tem tudo”. É, realmente faz sentido.

Falando em crítica, Samuel sequer as lê, para não se influenciar pelo que é dito. A opinião que realmente importa para ele é da cliente, a pessoa que o procurou por um vestido, não a de alguém que só viu o desfile e pode não ter gostado do que viu. “É muito complicado dar a sua opinião sobre algo quando você não conhece o trabalho que tem por trás.” Cada vestido tem cerca de 60 metros de tecido e, se não tivesse outros costureiros trabalhando junto, levaria até dois meses para ser feito. Pensando nisso, não é surpresa o desejo de Samuel para o futuro: “Espero que lembrem do meu trabalho pelo trabalho”. E que trabalho.
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